O Incrível Hulk
Bárbara Isabhella Sousa de Melo
Alexandro Carlos de Borges Souza
O Incrível Hulk narra a história de Bruce Banner (Edward Norton), um cientista atingido por raios gama enquanto salvava um adolescente durante o teste militar de uma bomba desenvolvida por ele numa tentativa de replicar o experimento que deu origem ao Capitão América, um supersoldado criado pela ciência para enfrentar os inimigos dos EUA.
O filme inicia com banner escondido em uma favela carioca, trabalhando em uma fábrica de refrigerante, enquanto tenta conseguir uma planta que pode ser o antídoto para seus problemas com os raios gama. Enquanto aguarda, Bruce tenta aprender a controlar sua raiva com as dificuldades do dia-a-dia. Além dos moradores locais, apenas o misterioso Sr. Azul mantém contato com o cientista, mas anonimamente pelo computador. Enquanto isso, o General Ross (William Hurt) tenta de qualquer forma encontrá-lo para continuar com as pesquisas e descobrir como criar novos Hulks. Quando Banner sem querer se machuca e deixa cair uma gota de sangue em um refrigerante, o militar consegue descobrir sua localização e parte com uma equipe para o Brasil. Entre os soldados está Emil Blonsky (Tim Roth), um homem sedento por poder e disposto a enfrentar qualquer oponente. Após uma grande perseguição pela Rocinha, o Hulk consegue escapar e foge até a Guatemala. Banner tenta encontrar uma forma de chegar aos EUA novamente, para conhecer o Sr. Azul e voltar a ser normal.
Já em seu país, Bruce reencontra Beth Ross, filha do general e seu par amoroso, que o ajudava em suas pesquisas antes da tragédia. Juntos, eles tentarão localizar o Sr. Azul. Porém, enquanto isso, a visão do Hulk faz Blonsky desejar ter o mesmo poder do monstro, sendo assim, o soldado se oferece para ser a cobaia que Ross tanto aguardava para criar seu exército imbatível. Nasce então o temido vilão Abominável.
Após Bruce achar o Sr. Azul, a técnica de cura pesquisada por eles não funciona e Bruce descobre que o outro cientista queria apenas pesquisar mais sobre sua transformação, algo que não era o desejo de Bruce. Temendo o resultado dessas pesquisas, ele resolve queimar tudo, mas antes precisa enfrentar o Abominável em uma última luta.
Com algumas cenas filmadas na favela de Tavares Bastos, no Rio de Janeiro, O Incrível Hulk tenta desfazer a imagem ruim que o filme anterior de Ang Lee, de 2003, deixou no público. A ideia da Marvel é aproveitar o lançamento do longa e de Homem de Ferro para preparar os espectadores para Os Vingadores, em que os heróis da editora de quadrinhos vão se unir na grande tela do cinema. Assim, Tony Stark, personagem de Robert Downey Jr, aparece em uma cena no filme, conversando com o General Ross em um bar.
Apesar da tentativa de incluírem o personagem na franquia, não foi um filme com boas avaliações e esse projeto não seguiu para frente. O filme foi lançado em 2003 pela Universal e não foi bem de bilheteria, tendo arrecadado US$ 245 milhões. Também detém o recorde de ter tido a maior queda na bilheteria da segunda semana em relação à primeira, de 67,9%. Os analistas culpam o fato de o filme ser carregado de uma análise psicológica de Bruce Banner, ter pouca ação, o Hulk demorar 42 minutos para aparecer pela primeira vez e haver a ausência de um bom vilão.
Apesar dessas críticas, a psicologia do personagem é muito bonita e traz referências aos quadrinhos, com essa ideia do homem que se transforma em monstro, no errar e tentar consertar, na solidão, desespero e amor pela sua amada, de ser vulnerável com ela e torcer para sua melhora, em geral, um Hulk muito humano.
A bioética em O Incrível Hulk
É possível observar diversas relações entre o mundo da ciência e a história do Hulk, até porque trata-se de um personagem de ficção científica, ou seja, de extrapolação da realidade a partir dos avanços científicos. Porém, neste texto, preferimos focar nas relações do filme com os temas abordados pela bioética, um ramo da ética, e portanto da filosofia, que trata das relações éticas envolvidas no desenvolvimento de pesquisas científicas com seres vivos, em especial os animais - entre eles, claro, os seres humanos.
A Bioética surge a partir das discussões suscitadas pelos experimentos médicos nazistas em seres hnumanos realizados durante a Segunda Guerra Mundial. Esse debate culmina com o surgimento da obra "Princípios de Ética Biomédica", dos filósofos Tom L. Beauchamp e James L. Childress, que delineia os quatro princípios fundamentais da disciplina:
- não-maleficência (o paciente ou cobaia não pode ser prejudicado);
- beneficência (a ação ética é a que provoca o maior benefício ao maior número de pessoas com o mínimo de dano);
- autonomia (o paciente tem direito de escolher se submeter ou não ao tratamento proposto);
- justiça (a relação entre médico e paciente deve ser regulada a partir do princípio de justiça, sem preponderância da vontade do médico, submetendo-se as partes ao escrutínio da justiça na mitigação de conflitos).
Referências
https://cienciahoje.org.br/artigo/a-ciencia-por-tras-dos-superpoderes/
https://www.guiadasemana.com.br/cinema/sinopse/o-incrivel-hulk
https://www.papodecinema.com.br/filmes/o-incrivel-hulk/
https://www.aficionados.com.br/bruce-banner-hulk/
https://sistemas.furg.br/sistemas/sab/arquivos/conteudo_digital/b3b72f722f020934ab634fd83d6c5716.pdf
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